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terça-feira, 17 de maio de 2011

A RENÚNCIA DE LEO

por Misael Nóbrega de Sousa
O prefeito Léo Abreu, PSB, que conseguiu 16.749 votos válidos nas eleições de 2008, resolveu renunciar o mandato conferido a ele pelo povo de cajazeiras. Em seu lugar assumiu o vice-prefeito Carlos Rafael. Não se sabe ao certo os motivos pelos quais Leo Abreu desistiu de conduzir os destinos da cidade, assim no meio do caminho, feito Drummond, em versos: “Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra”. Muito embora ele tenha dito que foram questões de foro íntimo.Fala-se, no entanto, que Leo Abreu foi aprovado num concurso publico para medico-perito da policia federal e só de salários vai ganhar algo em torno de vinte mil reais.Bem distante dos 8 mil que recebia da prefeitura, como gestor. Além do mais, ficará o restante do tempo sem a “aporrinhação” de ter que prestar contas da sua vida o tempo todo. Para o povo comum, todo político é ladrão. E fugir disso realmente não tem preço. Mas, por que ele não pensou antes no ônus do cargo? Houve um tempo em que morava em Patos um prefeito de uma cidade aqui perto - coisa muito comum – e que dizia para quem quisesse ouvir: “Prefeito reclama de barriga cheia; a prefeitura que tiver quebrada, eu compro”, e nunca conseguiu comprar nenhuma por que não achou quem vendesse. Hoje em dia é muito mais difícil para o político corrupto – a transparência está sendo uma tônica e os órgãos de fiscalização muito mais atuantes. Há a vigilância do povo, o acompanhamento da imprensa e os atos respeitosos das câmaras de vereadores. Prefeito não é mais o único ordenador de despesas e para roubar – perdoe-me a expressão - tem que trabalhar. O político honesto vai terminar o mandato, liso e cheio de processos alem de ser esquecido em pouco tempo. E no ostracismo viverá o restante de seus dias – o agradecimento ao político dura o tempo de seu mandato. Não sei se o fato da renuncia do prefeito Leo Abreu é inédito, eu pelo menos nunca ouvi falar de algo semelhante. E não arrisco dizer se foi coragem ou covardia. O que eu sei é que não se vota no homem, mas na melhor proposta para a cidade. E, mesmo sem querer, Leo Abreu decepcionou aqueles que votaram nele. “Peço perdão àqueles, que de alguma forma causei qualquer mal” disse, em sua carta renúncia, e foi aplaudido. Por enquanto, a única manifestação de apoio foi de aprovação – Quem sabe porque há a seu favor o direito da duvida.
Jornalista

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