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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

CARNAVAL: EUFORIA OU ALEGRIA?


Iara da Silva Machado (psicóloga)

Estamos próximos ao evento social que atrai milhares de pessoas para um contato com a música, a dança, os sorrisos, os encontros e também os excessos, os abusos, as dores...

É importante que tenhamos prazeres na vida, momentos de pausa para o descanso, o deleite, quando o trabalho, o estudo e as obrigações cotidianas exigem uma disciplina e responsabilidades altas...

Essas justificativas são plausíveis e acertadas até certo ponto de vista, no entanto é interessante atentar para o que chamamos de alegria.

A alegria é uma forte impressão de prazer causada pela posse de um bem real ou imaginário (Dicionário Virtual Aurélio, acessado em 08/02/12), e é nesse conceito que solicitamos atenção, pois o bem que a percepção da alegria traz pode ser REAL ou IMAGINÁRIO.

O poder imaginativo é reconhecido como uma função psicológica superior, ou seja, pode ser uma porta de entrada para a construção de algo saudável, positivo e duradouro, mas também pode ser distorcido para o campo do ILUSÓRIO onde a pessoa se nutre daquilo que é enganoso, mentiroso e irreal.  

Dimensionar o que é lazer no período carnavalesco onde é fácil exceder-se pelo “self-service” de erotismo promíscuo que travestido de muito “brilho e purpurina” parece natural e até belo, é uma tarefa gigante.

A euforia causa uma sensação de bem estar e satisfação temporários parecido com a alegria. Logo, discernir entre o estado eufórico e a alegria legítima é desafiador para uma cultura que prima pelo imediatismo das sensações.

O exercício maior quando estamos diante do que parece o máximo, sobretudo na real juventude ou nos adultos que regridem para uma ‘juventude tardia’ é RECONHECER OS PRÓPRIOS LIMITES E... RESPEITÁ-LOS. 

É um treino imenso dizer NÃO para o que socialmente é validado para dizer SIM. Como o descartar uns aos outros, numa conduta de significar as pessoas como se fossem coisas ou objetos, simplesmente porque é ‘atual e natural?!!!’ ficar por ficar; beber por beber; fazer sexo com ‘estranhos’, onde só há os Corpos em luxúria e não as Almas em encontro, dentre outras aberrações do comportamento humano pós-moderno. Exercitar esse NÃO é escolher estar na contra mão de muitos, e a favor de Si Mesmo.

Viver no mundo sem ser do mundo foi uma das lições morais do grande educador de Almas, Jesus, e outros avatares contemporâneos validam a importância de cuidar do Corpo e do Espírito. A alegria é um elixir para seguir na vida com leveza, mas lembrar que a verdadeira felicidade não é deste mundo também, portanto cuidar-se para viver com a dignidade de acordar no dia seguinte à quarta-feira de cinzas sem culpas ou remorsos de ter deixado de ser o Si Mesmo por uma atitude imprudente ou leviana, por um impulso de momento, por uma ação delinquente que a consciência chamará à responsabilidade, pois que poderemos fugir de todas as leis externas, mas nunca conseguiremos extirpar a consciência de culpa que habita em cada um quando sabemos o mal que disseminamos no caminho equivocado que escolhemos percorrer. A plantação é livre, mas a colheita é obrigatória, para todos, sempre, já dizia o Mestre.

Sejamos aprendizes da LUZ e tenhamos momentos de ALEGRIA em quaisquer festas sociais, recordando que queremos seguir em PAZ nos dias seguintes...

Colunista do pbnoticias.com e garimpandopalavras

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