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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Nordeste concentra 40% do consumo de crack no Brasil, aponta estudo

O consumo de crack e outros derivados de cocaína no Brasil está mais concentrado no Nordeste, com 40% do total, de acordo com o segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em seguida, aparecem o Sudeste (36%) e o Centro-Oeste (22%). Sul e Norte têm 1% cada.

Para a pesquisadora Clarice Madruga, que coordenou o estudo na Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas (Uniad) da Unifesp, o aumento do uso na Região Nordeste pode ter relação com a menor renda da população, pois essa é uma droga barata – com preço até cinco vezes mais baixo que no exterior.

"Já no Sul, existe a hipótese de que os três estados estejam seguindo o padrão europeu, onde a cocaína e seus derivados têm sido substituídos por substâncias sintéticas, como ecstasy e anfetaminas", sugere Clarice.

No caso do Norte, poderia haver uma menor disponibilidade de crack e a região funcionaria mais como rota da droga, que chega pela Colômbia, Bolívia e Peru. Isso tudo, porém, é apenas uma especulação, já que não existem dados anteriores que comprovem essas teorias. "O porquê mesmo é difícil de explicar", diz.

Clarice destaca que esse tipo de estudo domiciliar, que entrevistou 4.607 pessoas em 149 municípios das cinco regiões, não é ideal para avaliar o número de consumidores de crack no Brasil, pois os usuários estão geralmente concentrados nas ruas, em redutos como a Cracolândia paulistana – razão pela qual os dados devem estar subestimados.

Segundo o psiquiatra Marcelo Ribeiro, também pesquisador da Unifesp, o crack e o óxi estão mais presentes no Nordeste, no Sudeste e no Sul, enquanto a merla – que é uma pasta mais mole e "suja" da cocaína, por conter mais resíduos, embora isso não interfira no efeito – é mais encontrada no Centro-Oeste e no Norte.

"Aparentemente, há um consumo no Sul que carece de uma análise estatística mais aprofundada, levando em conta outras variáveis, como sexo, idade, classe social e uso de outras drogas", cita Ribeiro.

De acordo com o médico, esses três derivados mais comuns da cocaína passam por um processo de refinamento que leva diferentes produtos químicos, como querosene, gasolina, cal virgem, ácido clorídrico, carbonato de cálcio, bicarbonato de sódio, acetona e éter, entre outras substâncias.

G1

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