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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Governo cria confusão para evitar fusão



(Professor Jônatas Frazão)


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A operação que o governo da Presidente Dilma está empreendendo para evitar que a fusão de partidos políticos possa ameaçar o seu projeto de reeleição, mantendo o PT no centro do poder nacional, faz sentido. É absolutamente correta, lícita, moral e legal. Mas peca em apenas um aspecto: o momento escolhido para colocar a ideia em prática.

Não é de hoje que vemos uma verdadeira – me perdoem pelo termo – esculhambação no cenário político nacional. Acham pouco os partidos políticos que já temos e criam novas legendas, ao sabor de quem tem todos os motivos do mundo para criá-las e, mais que isso, abrigar-se nelas. Menos a questão que deveria ser a principal: a ideológica.

O que vemos no País é o aparecimento de legendas ditas socialistas, democratas, ecológicas, trabalhistas, liberalistas, dentre tantas outras, abrigando um sem número de políticos que não tem qualquer afinidade com a linha ideológica que balizou a criação da nova agremiação. Na verdade, o que cada um precisa é ter voto, liderança e, principalmente, um projeto político e/ou de poder. Nada mais.

Pensando em pôr um fim a esta brincadeira que é feita atualmente no Brasil, nosso parlamento aprovou nova regra para, entre outras palavras – e sendo bem direto mesmo – botar moral nesta libertinagem. Tudo muito bem, tudo ótimo.

O que suscita o debate e a inquietação de quem quer uma janelinha para escapar de perder seu mandato ou um novo alicerce político para entabular uma candidatura à Presidência da República é o momento escolhido pelo governo para articular esta, digamos, manobra.

Em ano pré-eleitoral, Dilma, Lula e o PT não estão conseguindo ver com bons olhos a movimentação de políticos até então aliados. Como Eduardo Campos, o bem avaliado governador de Pernambuco, que ensaia aparecer mais na mídia nacional e, assim, garantir cacife eleitoral com peso suficiente para entrar no embate. E olhe que ele tem conseguido.

A preço de hoje, Eduardo Campos tem mais ‘panos para as mangas’ do que Aécio Neves, por exemplo, para ameaçar o projeto de Dilma, Lula e PT. Claro que a popularidade de Dilma e as pesquisas feitas até agora mostram que seu caminho rumo à reeleição está muito bem pavimentado. Mas ninguém pode confiar em cenário propício quando estamos a um ano e maio do pleito.

O que não se pode, neste momento, é condenar o PT, Lula e Dilma pela estratégia de enfraquecer a oposição. Ainda mais quando se usa um instrumento absolutamente moral e legal, como a iniciativa para acabar com a esculhambação política da criação de partidos políticos no nosso País. Cada um luta com as armas que tem.

*professor aposentado da UFPB. Este comentário também está publicado no meu Facebook

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