Vários detentos ligaram de dentro do presídio para falar com familiares e imprensa |
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Pela falta de informações oficiais
pelo Comando da PM durante o trabalho de contenção do motim ocorrido na noite
desta segunda-feira no Presídio Regional de Patos Dr. Romero Nóbrega, a
imprensa patoense conseguiu conversar com alguns detentos via celular,
repassado por seus familiares. No momento tenso da negociação eles reclamaram
de maus tratos, humilhação no horário de visitas e das refeições.
Numa das ligações um detento
disse que eles solicitavam a presença dos Direitos Humanos, de um magistrado
para que ocorresse a negociação de suas reivindicações. “Não somos animais para
ser tratados assim. Caso não entrem em acordo com a gente começaremos a matar tarados,
estupradores”, desabafou um dos detentos. Outro disse foi ateado fogo em algumas
celas, a exemplo da 1 e a 18 e que havia muita quebradeira.Um dos alvos dos
detentos seria o vice-diretor do Presídio, Leandro, que viria cometendo a
prática de tortura.
O estopim das reclamações dos
presidiários aconteceu hoje, porém foi anunciado desde a semana passada e hoje
um dos presos ligou para uma emissora local para falar da humilhação que eles
estavam passando. A direção teria feito um pente fino, quando soube da ligação
para a rádio e o clima ficou insustentável.
O secretário de Administração
Penitenciária do Estado, Valber Virgulino, disse que o que ma rebelião
teria sido orquestrado por cinco detentos que haviam sido transferidos do
Serrotão (Campina Grande) para Patos.
Houve muita
confusão na porta de entrada do Presídio Romero Nóbrega na noite desta
segunda-feira 25. Muitos familiares dos apenados queriam informações sobre a
situação interna, chegaram a chutar as viaturas da PM que chegavam. Em
determinado momento policiais chegara a efetuar disparos para o alto para
afastar os manifestantes.
Viaturas do
Corpo de Bombeiros, Samu e até um carro-pipa foram acionados. Os familiares de
plantão em frente ao Presídio demonstravam muita apreensão por não ter notícias
de seus parentes presos. Muitas viaturas da PM entravam e saiam a todo
instante. O comandante do III BPM, Ten.Cel. Cunha Rolim, pediu calma ao pessoal
e avisou que o clima estava tranquilo, que havia pessoal de igrejas, e que
estavam aguardando a chegada do juízes de execuções criminais, da OAB
(Alexandre Nunes), dos direitos humanos para discutir uma solução para o
problema.
Muitos
comentários, alguns passados de dentro do Presídio, davam contas que havia
mortos no interior. Um ex-agente da Civil, que estava com um rádio-escuta com
os da Polícia, afirmou que seis presos teriam sido executados por inimigos,
citando os de alcunhas: Tambor, Suélio e Bruxo. Mas a PM não emitiu nenhuma
nota até o fechamento dessa matéria. Outra informação é de que houve mutilação
de corpos, com mãos tendo sido decepadas e jogadas no pátio, local em que os
presos tomam banho de sol.
O Comando da PM
deve dar entrevista na manhã desta terça-feira, onde passará as informações
corretas, um balanço geral do que ocorreu no Romero Nóbrega, que desde sua inauguração,
em setembro de 2007, sempre teve número de presos bem superior à sua capacidade
que na época seria para 211 apenados.
Uma reclamação
constante de familiares que permanecem nesse momento em frente ao Presídio é de
que vários presos já haviam cumprido pena e permaneciam encarcerados por que a
burocracia da Justiça não caminhava, não olhava para eles.
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