A maior porta de
entrada do SUS do Sertão paraibano, com uma demanda de 900 mil pessoas dos
municípios polarizados por Patos, o Hospital Regional de Patos Dep. Janduhy
Carneiro está passando por um realinhamento em seu atendimento, segundo o
secretário estadual de saúde, Waldson de Souza, para que possa funcionar dentro
de sua característica, que é de alta complexidade.
Desde ontem
(segunda-feira 06) que o secretário e auxiliares examinam protocolos, conhecem
a organização de funcionamento do Regional e aponta uma série de fatos que
impedem uma maior resolutividade na urgência e emergência.
Em entrevista
com a imprensa patoense na tarde desta terça-feira 7, Waldson explicou que sua
vinda à cidade tem por objetivo implantar parâmetros para que os protocolos
sejam cumpridos, tanto para a internação, quanto para prestação de serviços
médicos. “Estamos tomando medidas administrativas junto à direção técnica, de
administração hospitalar, logística, de materiais que precisam ser
padronizados. É um hospital que terá um perfil de alta complexidade em
ortopedia, cirurgia geral, de especialidades médicas, cruciais para que atenda
as necessidades da população”, explicou Waldson.
O secretário e
auxiliares constataram o grande volume de pacientes que poderiam estar sendo
acompanhados em seu município, na sua unidade de saúde. São vários casos de
internações desnecessárias, em que o paciente poderia ser tratado no seu PSF.
Em apenas um dia foram realizadas 12 altas, leito desocupados para atender
pessoas que realmente necessitavam. Ele enfatizou que a população deve entender
que as demandas de atenção básica devem ser direcionadas para o PSF. Cobrou
também a contrapartida dos municípios, que usam os hospitais estaduais, mas que
os recursos vão direto para o Fundo Municipal de Saúde, um assunto que está
sendo tratado juridicamente junto ao Ministério da Saúde e Secretaria do
Estado. “Quando uma pessoa é internada sem essa necessidade, fica sujeita a
contrair infecção hospitalar, vários tipos de doenças”, alertou.
Até o início da
próxima semana estará funcionando no Regional o serviço de egresso de
traumatologia, ortopedia e cirurgia geral. Serão dois dias da semana para
atender pacientes que passaram por procedimento cirúrgico no Janduhy Carneiro e
que precisam receber avaliação médica. O serviço também disciplinará o
atendimento, diminuindo as filas que sobrecarregam os médicos. O secretário
lembrou os investimentos feitos pelo Estado em hospitais como o de São Mamede,
Teixeira, que atendem municípios vizinhos, mas mesmo assim é intensa a chegada
de ambulâncias de toda a região de Patos ao Janduhy Carneiro, o que aumenta as
dificuldades de atendimento neste.
Eletivas
Waldson lembrou
que a vocação do Regional de Patos é o atendimento de urgência e emergência,
mas que as cirurgias eletivas vão continuar, um cronograma está sendo montado e
equipes vão ser formadas para os procedimentos ortopédicos, vasculares e cirurgias
gerais. Sobre a infraestrutura hospitalar ele negou que haja sucateamento do
Regional, lembrando os investimentos ocorridos de 2011 aos dias atuais, como a
recuperação de todas as enfermarias, abertura de novas áreas, como a de AVC, investimentos
em equipamentos que ultrapassam R$ 2 milhões.
Sobre as
inspeções do CRM, disse que o Conselho não dialoga com o Estado e que todas as
recomendações solicitadas pela entidade a SUPLAN vem agilizando. Em relação à
possível mudança da direção e coordenadores do Regional, Waldson disse que não
possui ainda informações técnicas, podendo vir ou não isso ocorrer. “Se essas
mudanças vierem acontecer, garanto que essas pessoas saberão primeiro por mim.
Especulações lançadas na mídia acabam atrapalhando, causando inclusive
instabilidade no serviço”, comentou.
O secretário
disse que os protocolos de entrada hospitalar, tipo internação, serão cobrados
mais intensamente. Mas também lembrou a dificuldade que muitos municípios
sertanejos enfrentam por ausência de médicos no seu PSF e acabam buscando o
Janduhy Carneiro, onde há esse profissional, que tem a responsabilidade de no
seu plantão tratar da alta complexidade e não da parte ambulatorial. “O médico
tem que está ali para atender vítimas de acidentes, pessoas com grandes traumas
e não pacientes com simples dores de cabeça, que devem ser atendidas na unidade
básica de saúde”, explicou.
O secretário
também explicou que, com a rescisão dos contratos com as cooperativas médicas,
o Estado oferecerá em concurso 568 vagas para médicos em todo o território
paraibano.
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