Compromisso com a verdade dos fatos

Bem-vindo ao blog Garimpando Palavras

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Hospital de Patos passa por realinhamento em seu atendimento





A maior porta de entrada do SUS do Sertão paraibano, com uma demanda de 900 mil pessoas dos municípios polarizados por Patos, o Hospital Regional de Patos Dep. Janduhy Carneiro está passando por um realinhamento em seu atendimento, segundo o secretário estadual de saúde, Waldson de Souza, para que possa funcionar dentro de sua característica, que é de alta complexidade.

Desde ontem (segunda-feira 06) que o secretário e auxiliares examinam protocolos, conhecem a organização de funcionamento do Regional e aponta uma série de fatos que impedem uma maior resolutividade na urgência e emergência.

Em entrevista com a imprensa patoense na tarde desta terça-feira 7, Waldson explicou que sua vinda à cidade tem por objetivo implantar parâmetros para que os protocolos sejam cumpridos, tanto para a internação, quanto para prestação de serviços médicos. “Estamos tomando medidas administrativas junto à direção técnica, de administração hospitalar, logística, de materiais que precisam ser padronizados. É um hospital que terá um perfil de alta complexidade em ortopedia, cirurgia geral, de especialidades médicas, cruciais para que atenda as necessidades da população”, explicou Waldson.

O secretário e auxiliares constataram o grande volume de pacientes que poderiam estar sendo acompanhados em seu município, na sua unidade de saúde. São vários casos de internações desnecessárias, em que o paciente poderia ser tratado no seu PSF. Em apenas um dia foram realizadas 12 altas, leito desocupados para atender pessoas que realmente necessitavam. Ele enfatizou que a população deve entender que as demandas de atenção básica devem ser direcionadas para o PSF. Cobrou também a contrapartida dos municípios, que usam os hospitais estaduais, mas que os recursos vão direto para o Fundo Municipal de Saúde, um assunto que está sendo tratado juridicamente junto ao Ministério da Saúde e Secretaria do Estado. “Quando uma pessoa é internada sem essa necessidade, fica sujeita a contrair infecção hospitalar, vários tipos de doenças”, alertou.

Até o início da próxima semana estará funcionando no Regional o serviço de egresso de traumatologia, ortopedia e cirurgia geral. Serão dois dias da semana para atender pacientes que passaram por procedimento cirúrgico no Janduhy Carneiro e que precisam receber avaliação médica. O serviço também disciplinará o atendimento, diminuindo as filas que sobrecarregam os médicos. O secretário lembrou os investimentos feitos pelo Estado em hospitais como o de São Mamede, Teixeira, que atendem municípios vizinhos, mas mesmo assim é intensa a chegada de ambulâncias de toda a região de Patos ao Janduhy Carneiro, o que aumenta as dificuldades de atendimento neste.

Eletivas

Waldson lembrou que a vocação do Regional de Patos é o atendimento de urgência e emergência, mas que as cirurgias eletivas vão continuar, um cronograma está sendo montado e equipes vão ser formadas para os procedimentos ortopédicos, vasculares e cirurgias gerais. Sobre a infraestrutura hospitalar ele negou que haja sucateamento do Regional, lembrando os investimentos ocorridos de 2011 aos dias atuais, como a recuperação de todas as enfermarias, abertura de novas áreas, como a de AVC, investimentos em equipamentos que ultrapassam R$ 2 milhões.

Sobre as inspeções do CRM, disse que o Conselho não dialoga com o Estado e que todas as recomendações solicitadas pela entidade a SUPLAN vem agilizando. Em relação à possível mudança da direção e coordenadores do Regional, Waldson disse que não possui ainda informações técnicas, podendo vir ou não isso ocorrer. “Se essas mudanças vierem acontecer, garanto que essas pessoas saberão primeiro por mim. Especulações lançadas na mídia acabam atrapalhando, causando inclusive instabilidade no serviço”, comentou.

O secretário disse que os protocolos de entrada hospitalar, tipo internação, serão cobrados mais intensamente. Mas também lembrou a dificuldade que muitos municípios sertanejos enfrentam por ausência de médicos no seu PSF e acabam buscando o Janduhy Carneiro, onde há esse profissional, que tem a responsabilidade de no seu plantão tratar da alta complexidade e não da parte ambulatorial. “O médico tem que está ali para atender vítimas de acidentes, pessoas com grandes traumas e não pacientes com simples dores de cabeça, que devem ser atendidas na unidade básica de saúde”, explicou.

O secretário também explicou que, com a rescisão dos contratos com as cooperativas médicas, o Estado oferecerá em concurso 568 vagas para médicos em todo o território paraibano.




Nenhum comentário:

Arquivo do blog