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domingo, 16 de março de 2014

Auditoria aponta R$ 431 milhões de sobrepreço no Estádio de Brasília


Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal apontou que supostas irregularidades nos editais relacionados à construção do Estádio Nacional de Brasília podem ter elevado em R$ 431 milhões o preço da arena. A análise também diz que o custo total da obra deve ficar em R$ 1,9 bilhão – 183% a mais que o previsto originalmente, R$ 670 milhões. O relatório foi publicado pelo jornal "Folha de S.Paulo" neste domingo (16) e, posteriormente, divulgado pela assessoria do órgão.
Por e-mail, a Secretaria Especial da Copa, negou as irregularidades, disse que é transparente e que o resultado da fiscalização é preliminar. Afirmou ainda que o custo do estádio poderá cair para R$ 1,2 bilhão em razão do abatimento de créditos e que não é correto dizer que o orçamento inicial era de R$ 670 milhões, porque a licitação não previa cobertura, gramado, placares eletrônicos e assentos. Também falou que o tribunal inclui na análise obras do entorno da arena e que estes custos não podem ser atribuídos ao espaço.
O tribunal diz que os dados foram obtidos por meio de visitas com registros fotográficos, exames em contratos e conferência de procedimentos. Para o órgão, houve superfaturamento, supervisão inadequada, não cumprimento do cronograma e emprego de aditamentos que ultrapassaram limites legais.
Entre as suspeitas de superfaturamento levantadas pelo órgão estão equívocos no transporte de materiais pré-moldados, que foi calculado como se ocorresse entre Goiânia eBrasília (240 quilômetros), quando na verdade a fábrica fica próxima ao estádio (1,5 quilômetro).
Com isso, o custo do transporte cobrado do GDF foi de R$ 592 por metro cúbico, quando deveria ser de R$ 3,70. Somente neste caso, o prejuízo foi estimado em R$ 879 mil.
“Sem mais esforços, percebe-se que os custos foram superestimados, pois o transporte de pré-moldados ocorre dentro do próprio canteiro de obras”, diz o documento. “A utilização de custo de transporte de guia para DMT de Brasília-Goiânia é totalmente inadequada para o serviço analisado, não merecendo comentários adicionais para a reprovação do método.”
O relatório aponta ainda que há licitações relacionadas ao estádio que ainda não foram concluídas: urbanização e paisagismo no entorno, estimada em R$ 360 milhões; monitoramento e controle das emissões sonoras, por R$ 120 milhões e fornecimento e instalação de sistema de comunicação visual, a R$ 7,1 milhões.
O tribunal aguarda explicações do GDF a respeito dos problemas apontados. Em janeiro o órgão abriu prazo de 30 dias, prorrogados por mais 90 dias, para o governo se explicar. O estádio é considerado o mais caro dentre os que receberam obras para a realização da Copa do Mundo de 2014.

G1

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