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quarta-feira, 26 de março de 2014

Operação Zumbi evita cinco homicídios em Patos; 21 presos

Cristiano Jacques

Cúpula da Segurança Pública

TC Ronildo

TC Cunha Rolim

Dr. Glauco, do MP

Marcos Eugênio

A operação, denominada Zumbi, desencadeada na manhã desta quarta-feira 26 pela segurança Pública do Estado, evitou, segundo o delegado regional de Patos, Cristiano Jaques, mais cinco homicídios nessa localidade, sendo dois no interior do Presídio Romero Nóbrega e os demais em bairros da cidade. O diretor do Presídio recebeu a informação da Polícia que haveria execuções de detentos e fez uma varredura, encontrando, na madrugada de hoje,  objetos cortantes que deveriam ser usados nos assassinatos. Três celulares foram apreendidos. Essa apreensão não ocorreu a mais tempo por que os aparelhos eram alvo do monitoramento do trabalho investigativo.

 O objetivo da operação foi reprimir o tráfico de drogas e prender homicidas que estavam atuando na área. A Justiça, através da juíza da 6ª Vara da Comarca de Patos, Ana Hilário, expediu 14 mandados de prisão temporária e 9 de busca e apreensão. Vinte e uma pessoas foram detidas e apreendidos 6 revólveres calibra 38, uma espingarda calibre 32, além de 4 quilos de maconha, papelotes de cocaína e 400 gramas de crack, como também três celulares.

Dois mandados de prisão estão em aberto. A Polícia procura Higor Henrique Gomes Campina (Higor Campina) e Kildery Alexandro de Melo (Quinho), que residem em Patos. A organização criminosa, que tinha no comando Abdenego da Silva Araújo, que responde pela alcunha de Nego Pilim, que se encontra preso no Romero Nóbrega, Emanuel Lemos Coutinho (Bilola), que cumpre pena no presídio de Jequié, Bahia e o terceiro trata-se de Thiago Siqueira, tinha por objetivo o tráfico de drogas e a execução de quem não pagasse as dívidas do tráfico.

Segundo as investigações, as ordens para o comércio de drogas e execuções partiam de dentro dos presídios da Paraíba e Bahia. Patos era a central de comercialização dos entorpecentes, vendendo drogas para várias cidades da região, a exemplo de santa Terezinha, Itaporanga, Santa Luzia. O bando tinha fortes ligações com traficantes de Recife. Dentre vítimas da organização estão Edna Cristina Sales de Brito, 31 anos, executada em 29 de dezembro do ano passado e o albergado Francisco José de Araújo (Nego Lara), 48 anos, morto também a tiros, no dia 1º de janeiro deste ano. Os dois foram executados, sob ordem de Nego Pilim, de acordo com informações do delegado Jacques, por Higor Campina, considerado frio e também bastante violento.

Festa regada a drogas na UEPB

As investigações que culminaram com essa operação realizada nesta quarta tiveram início em 8 de novembro do ano passado, quando da apreensão de cocaína que seria vendida pelo traficante Thiago Siqueira, por policiais do Grupo Tático Especial da Polícia Civil. A droga estava no piso do banheiro masculino da UEPB, durante a festa denominada “Zumbi Walk II”. Thiago é conhecido no tráfico como Boy do Pó, responsável, segundo o delegado Cristiano como fornecedor de drogas para festas de luxo de Patos, o qual teve uma BMW apreendida, a qual pode ter sido adquirida com dinheiro de drogas ilícitas.

Policiais se infiltraram na festa e conseguiram apreender alguns papelotes de cocaína, outra parte de droga era jogada por usuários em vasos sanitários e dado descarga para livrar o flagrante. Naquela ocasião, os usuários detidos para averiguação disseram que Thiago era quem fornecia.

Thiago era responsável pela aquisição da cocaína, cujos contatos (fornecedores) ainda não identificados nas investigações são de Recife, Bilola pela compra da maconha, oriunda da Bahia e Nego Pilim conseguia trazer o crack do RN. Os três repassavam todas as drogas para o grupo abastecer as bocas de fumo de várias cidades.

Ontem, no decorrer das investigações, de acordo com a cúpula da Segurança, dentro do Presídio de Patos, Pilim chegou a comentar que quem mandava nas execuções era ele e que ordenara mais três homicídios na noite desta terça, uma forma de afrontar o trabalho que já estava sendo executado pela Polícia, de cumprimento de mandados. “Por isso tivemos que agir rápido para evitar as mortes anunciadas.

No trabalho investigativo houve escutas telefônicas. Cristiano diz que o grupo falava e trocava mensagens por telefone. Os “cabeças” da organização, segundo constam nos áudios, orientavam os presos a procurarem o Ministério Público para dizer que haviam sido torturados e ainda comentam: “Quero saber se agora nós não vamos intimidar o trabalho deles”. Todos os áudios vão ser transcritos e entregues ao Poder Judiciário, que fará separação dos crimes de cada para constar nos processos.

Uma das armas, um revólver calibre 38, foi apreendida com uma prima de Thiago Siqueira, no momento em que a Polícia tentava cumprir mandado de prisão. A arma estava em uma bolsa com uma prima dele, que fez encenação para chamar atenção das pessoas, que dizia em voz alta que estava sendo agredida, para poder evitar a revista. Outras três armas foram apreendidas no sítio de Thiago, no Jatobá, sendo dois revólveres e uma espingarda.

Várias mulheres estão aumentando as estatísticas de participação no tráfico de drogas em nossa cidade. Questionado pelo pbnoticias sobre se havia alguma pressão de seus companheiros, que ora cumprem pena, para que elas cometam esse delito, o delegado Cristiano disse que acredita que essa atitude do público feminino tem sido algo espontâneo. “Muitas tentam se utilizar da situação de mulher, passando a imagem de fragilizada, para ter acesso a determinados locais, a transportar armas e drogas e tentam inibir a ação policial”, explica Jacques. Ele cita uma irmã de Bilola, mãe de um bebê, flagrada com dois quilos de maconha e que circulava livremente, sem despertar suspeitas.

Transferências

Alguns apenados serão transferidos para o Presídio PB1, na Capital. A intenção é evitar brigas de grupos dentro do Romero Nóbrega e dificultar o trabalho da organização no tráfico de drogas na cidade, segundo informou a direção do Presídio local.

O Tenente Coronel José Ronildo explicou que no momento não acontece apenas essa investigação. Paralelamente há várias frentes em que se busca tirar de circulação traficantes, assassinos, responsáveis por atos violentos na região. Sobre a operação Zumbi disse que ocorreu com planejamento, com calma, um trabalho investigativo bem feito, que resultou num resultado satisfatório.

Ele falou que existe toda uma estratégia dos criminosos do tráfico de drogas, inclusive com a participação de idosos, que passam a imagem que realmente são frágeis para evitar a busca pessoal, ou crianças e adolescente, em virtude da legislação protecionista ao menor. “Mas isso não impede o trabalho da Segurança. Temos perfeitas condições de trabalhar e coletar provas suficientes para o Ministério Público oferecer a denúncia ao Judiciário, para condenar e colocar atrás das grades quem realmente está acabando com a sociedade aqui de Patos.

O Tenente Coronel Cunha Rolim, comandante do III BPM com sede em Patos, falou da importância de todas as entidades trabalhando unidas, trocando informações, todos num interesse só, de ver a paz, combater a criminalidade e evitar que os homicídios aconteçam. “É uma tarefa difícil, mas tem se tornado uma realidade. Muitas vezes a resposta não vem de imediato por que precisa de uma investigação, como este que começo na festa Zumbi Walk”, enfatizou Rolim.








Fotos dos detidos fornecidas pela Polícia


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