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terça-feira, 15 de julho de 2014

Polícia prende mulher acusada de praticar abortos clandestinos em João Pessoa




A Polícia Civil, por meio da delegacia de Crimes contra a Pessoa (Homicídios) da Capital, prendeu no fim da manhã desta terça-feira (15) uma mulher acusada de realizar abortos clandestinos. Marlene da Silva Alves, de 75 anos, foi presa em casa, na Avenida Barão de Mamanguape, no bairro da Torre, em João Pessoa. Segundo a delegada Emília Ferraz, os procedimentos abortivos eram realizados na casa de Marlene e ela utilizava instrumentos que não eram higienizados. Uma mulher morreu depois de ser atendida pela suspeita.

A polícia chegou até a residência de Marlene depois que parentes de Josicleide Gomes de Sousa, de 32 anos, procuraram a delegacia de homicídios para denunciar que ela morreu depois de passar por procedimentos abortivos na casa de Marlene da Silva. “As investigações começaram no dia 30 de junho. Nós fomos procurados pela irmã de Josicleide, Jaqueline Gomes. Ela disse em depoimento que Josicleide estava grávida do terceiro filho e teria procurado a casa de dona Marlene para fazer o aborto, no dia 6 de maio. Dois dias depois, ela passou por complicações, voltou à casa de dona Marlene e sem resultado foi internada em uma Maternidade de João Pessoa, encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde passou por uma histerectomia, mas aí já era tarde demais. No dia 8 de maio ela faleceu. Na certidão de óbito consta morte por aborto e septicemia (infecção generalizada)”, informou a delegada responsável pelo caso, acrescentando que a vítima estava fragilizada após o procedimento abortivo. “Quando ela procurou a família já nem conseguia andar mais, de tão fraca que estava e de tantas dores que sentia. Ela deixa dois filhos órfãos”, disse.

Na residência, a polícia apreendeu vários materiais utilizados nos procedimentos, entre eles, tesoura cirúrgica, luvas cirúrgicas, sondas, espéculo, ducha de lavagem vaginal, medicamentos tranquilizantes e ainda outros objetos de uso ginecológico e obstétrico. “Ficamos impressionados com a falta de higiene. Constatamos materiais enferrujados, com manchas de sangue e com bastante tempo de uso. Dona Marlene alega ser auxiliar de enfermagem e nos apresentou dois certificados, um deles é de treinamento para parteira leiga, e nos disse que todo esse material era usado para cuidar de idosos. Porém, ainda vamos investigar desde quando ela realizava essa prática ilegal dentro de casa. Pode ser que existam outras vítimas, outras pessoas que vieram até aqui e contrataram os serviços ilegais de aborto”, reiterou a delegada.

A Secretaria de Segurança e Defesa Social (Seds) disponibiliza para a comunidade o número 197 (Disque Denúncia). Por ele é possível, sem se identificar, passar informações que podem ajudar nas investigações deste caso. “Não temos conhecimento de quantas mulheres passaram por procedimentos nesta casa. Mas as investigações continuam e quem procurar o 197 para nos dar informações, estas serão apuradas e mais prisões podem acontecer”, finalizou a delegada.

Secom

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