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quarta-feira, 25 de março de 2015

Paraíba conclui formação inicial de educação socioemocional para as famílias e comunidade








Diálogo, autoestima e perdão. Este foi o eixo do Seminário de Formação Inicial em Educação Emocional e Social para Família e Comunidade, iniciada no último dia 16 e concluída ontem, terça-feira, 24, na Paraíba, do qual participaram cerca de 2.000 educadores, gestores escolares do ensino fundamental I e II e coordenadores do PSI – Primeiros Saberes da Infância das 14 gerências regionais de educação.


A formação, conduzida pela equipe da organização Inteligência Relacional, foi oferecida pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Educação (SEE). Estiveram envolvidas 622 escolas de 187 municípios. Após esse processo de formação dos educadores, cerca de 188 mil famílias de alunos do Ensino Fundamental I e II e EJA da rede estadual serão beneficiadas. As famílias serão convidadas a irem à escola dialogar sobre as emoções da família e como essa interação família/escola pode contribuir para o desenvolvimento escolar dos alunos e na construção de uma comunidade escolar sem violência.


Os últimos polos a vivenciarem a capacitação dos educadores que irão desenvolver o trabalho de educação emocional com as famílias foram os de João Pessoa e o de Campina Grande, encontros realizados anteontem (segunda-feira 23) e nesta terça-feira 24. Trabalhar a educação emocional na rede pública estadual de ensino, com a implantação da Liga Pela Paz, foi uma iniciativa importante do Governo da Paraíba, segundo avaliação de Maria dos Prazeres, coordenadora estadual dos Primeiros Saberes da Infância.


Ela frisa que, antes da Liga Pela Paz, havia essa carência na escola, de um trabalho voltado ao emocional das crianças. Acrescenta que os avanços positivos de comportamento e aprendizagem dos alunos chegaram às famílias, que agora também estão sendo incluídas nesse novo modelo de educação comunitária, que visa a construção da paz e o fortalecimento das redes de apoio. “A partir do momento que fizermos esse trabalho da Liga Pela Paz com as Famílias, elas verão a escola de outra forma. Os pais dos alunos passarão a dar um maior valor à comunidade escolar e ajudar mais na educação de seus filhos, que por sua vez terão maior desempenho na aprendizagem”, disse Prazeres.


Wleica Honorato Aragão Quirino, gerente da 1ª Gerência Regional de Educação, destacou a situação de risco que vive grande parte dos alunos, sejam com pais que sofrem do alcoolismo e outras drogas, pais detentos, crianças que convivem com vários tipos de violência em casa.  "Ao levar educação emocional para essas famílias, como foi feito com alunos e professores ano passado, penso que podemos mudar essa realidade. Há muita força de vontade nessa direção. Tudo só se muda através da educação do ser humano. Cada ser humano é que tem que ser mudado para que se possa mudar um todo na sociedade”, enfatizou Wleica.


Multiplicando conhecimento



Trabalhar a Liga Pela Paz tem sido um aprendizado constante para a educadora Luzianeide Maria Barbosa, da EEEF Itan Pereira, de Campina Grande. Diz que a cada encontro de formação da Liga Pela Paz absorve o máximo de informações para o seu desenvolvimento profissional e pessoal. Para ela, trabalhar a família dos educandos é algo primordial, essencial na construção da paz na escola e comunidade. “Todas as escolas devem ter uma mesma linha de atuação de educação emocional. A partir do instante que começarmos a trabalhar a família a escola irá melhorar muito mais. Isso porque a família também é carente. Quando elas souberem dos objetivos, da intenção de ajudar no desenvolvimento emocional e na aprendizagem de seus filhos vão participar ativamente desse processo”, comentou Luzianeide.


Muitas crianças hoje possuem como referência, como ídolos, não os pais ou familiares, mas cantores, jogadores de futebol. Para Júnia Barbosa, diretora do novo e moderno Centro de Formação de Educadores de Campina Grande, onde ocorreu o seminário de formação, “É preciso fazer o resgate dessas crianças para os valores paternais e trabalhar a família na escola é uma ação de gestão escolar, que deve pensar e dialogar com ela assuntos que fazem parte de seu cotidiano, do seu dia a dia”.


Júnia enfatiza, ainda, que a família perdeu seu referencial de educar os filhos, passando toda a responsabilidade para a escola, mas que dentro dessa proposta de trabalhar o emocional dessa família, acredita na maior interatividade dos pais com toda a comunidade educacional.


A gerente regional da 3ª GRE, Ítala Gitânia Simplício diz que só haverá êxito da educação se a família estiver inserida no contexto. Comenta que a Liga Pela Paz traz um norte de como trabalhar o desenvolvimento emocional junto à comunidade. "Caso não haja essa união, o que é construído na escola pode ser desconstruído na família”, afirmou.


Família: 1ª educadora


Terezinha Figueiredo, coordenadora do Núcleo de Ação Pedagógica da 3ª GRE, diz que quem primeiro educa é a família e a educação formal vem complementar a sistematização do conhecimento. Fala que é de suma importância o momento que a educação estadual vive hoje, colocando a família no centro das reflexões, visando a construção da paz na escola e comunidade. “Muitos educadores vinham há tempos pedindo para que a família também tivesse suas emoções trabalhadas. Existe entusiasmo dos educadores para trabalharem o conteúdo elaborado pela Inteligência relacional em suas unidades de ensino com os pais de alunos”, informou.



Terezinha Costa, gestora da EEEF Senador Humberto Lucena, de Campina Grande, elogiou a parceria do Governo do Estado com a Inteligência Relacional, possibilitando a implantação da metodologia Liga Pela Paz e assim trabalhar a educação emocional das crianças, e agora com seus pais, nessa nova etapa. “Acredito que trabalhando com os pais, não é uma tarefa muito fácil, iremos melhorar nosso desempenho”, completou.

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