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terça-feira, 12 de julho de 2016

Pesquisadores apresentam no Cariri propostas de educação para convivência com o semiárido

Aristtotenes Prata

José Souza

Oliveira de Panelas

Rosângela Rosa


O cariri paraibano está sendo palco de mais um importante círculo de estudos, debates e criação de propostas que visam construir paradigmas por meio de novas metodologias e tecnologias. O III Seminário de Educação do Cariri, iniciado no último dia 4 de julho e prolongando até quinta-feira, 14, uma realização da 5ª Gerência Regional de Educação (GRE), com apoio do Governo do Estado, UFPB e Sebrae, reúne em Monteiro conferencistas, pesquisadores e educadores da rede estadual de diversas áreas do conhecimento, que buscam construir estratégias de desenvolvimento e novos modelos por meio da interdisciplinaridade, transversalidade e da renovação pedagógica.

O evento representa uma iniciativa para o desenvolvimento de estratégias de desenvolvimento da educação no Cariri. Além disso, destacou a importância da contextualização da educação para a convivência com o semiárido nordestino, a partir da filosofia do pensamento complexo de Edgar Morin, filósofo francês que afirma em sua teoria ser “preciso reagrupar os saberes para buscar a compreensão do universo".

Várias experiências trabalhadas nas escolas da região do Cariri, como projetos de leitura, cordel, robótica, laboratório de Matemática e interdisciplinaridade, Artes estão sendo apresentadas durante o seminário. Uma das conferencistas do seminário foi Rosângela Rosa, consultora pedagógica da Inteligência Relacional, organização que há três anos vem oferecendo sua contribuição ao ensino público da Paraíba, tendo como suporte pedagógico a Metodologia Liga Pela Paz, que trabalha a Educação Emocional e Social.

Rosângela Rosa destacou a importância da Educação Emocional e Social e aproveitou para lembrar que a região de Monteiro apresenta saldo bastante positivo. “Por meio da avaliação de resultados percebemos as mudanças promovidas nas relações interpessoais em sala de aula com os alunos, professores, e com as famílias, que são convidadas a participarem desse processo como elemento essencial para o desenvolvimento da aprendizagem da criança”, reitera a consultora.

O conferencista, PhD em Sociologia, José de Souza Silva, versou sobre o tema “Educação para o desenvolvimento ou para a vida?”. “Sem emoção não há paixão e sem paixão não há compromisso. A criança no ventre da mãe ainda não sabe que existe a razão, mas já tem emoção. Todas as pesquisas filosóficas nos últimos 80 anos demonstram que toda ação humana tem origem na emoção e não na razão. Compartilho aqui algumas perguntas que espero que continuem estimulando interesse, curiosidade e o compromisso deles, como educadores, de primeiro descolonizar seu pensamento para que suas práticas pedagógicas levem também os educandos a construir uma cidadania não domesticada”, enfatizou Souza.

Um convidado ilustre do III Seminário de Educação do Cariri foi o poeta repentista Oliveira de Panelas, um dos maiores expoentes da cultura regional paraibana. Oliveira fez uma apresentação discorrendo sobre a importância do educador no cenário da educação brasileira. Relembrando o mote “Na Gramática Portuguesa quem sabe tudo sou eu”, recitou os versos que o ajudaram a vencer o 1º Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas (1997) no Memorial da América Latina, em São Paulo. Cantou, soltou sua verve poética rimada com muito humor, arrancando risos da plateia.

Arysttótenes da Silva Prata, gerente da 5ª GRE, explica que há o respeito à pluralidade de conhecimentos, de realidades de cada escola, lugar e que o encontro de educação busca socializar as dificuldades, encontrar novas perspectivas, apoios para disseminar ideias e elevar a educação como um todo. “Não podemos pensar educação se não pensarmos as relações sociais que existem em sala de aula, no contexto escolar. Ela permite ao professor fazer uma autoavaliação, refletir sobre o dia a dia da escola, para que o gestor possa entender seu papel, o significado dele como líder. Sem a educação emocional dificilmente avançaríamos nas questões técnicas”, conclui Ary.




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